1. Histórico e Formas de Preparação da Cocaína
A cocaína é um alcalóide presente numa planta
sul-americana, a coca, cujo nome científico é Erythroxylon coca.
O "vinho de coca", preparado à base da
planta, foi considerado na Europa uma bebida muito reconfortante e de grande
uso social. O Papa Pio XI agraciou o principal fabricante deste vinho. Um
dos mais adeptos da cocaína foi Freud. Ele próprio ingeriu a cocaína para
provar a energia e vitalidade produzidas pela droga. A cocaína foi usada como
medicamento até o início do século. Existiram surtos do uso desta droga no
passado, mas depois que foram demonstrados os seus efeitos prejudiciais ao
organismo, houve uma proibição do seu uso e um declínio na ingestão da cocaína.
Hoje em dia, vive-se o pico de uma nova epidemia .
Existem várias formas de cocaína. O "chá de
coca", preparado à base das folhas, é muito utilizado no Peru. Nesta
forma, pouca droga é absorvida e portanto muito pouco chega ao cérebro.
Através de vários procedimentos, usando produtos
como solvente e ácido sulfúrico, obtém-se o sal de cocaína ("pó" ou
"neve"). Como ele é solúvel, pode ser aspirado ou usado
via endovenosa, dissolvido em água
Tratando o sal de cocaína com bicarbonato, obtém-se
um bloco sólido, que é conhecido com o nome de "crack". Este nome
"crack" advém do barulho produzido neste processo de solidificação e
na quebra deste bloco em pequenos pedaços. Ele também pode ser preparado a
partir da pasta de cocaína. Esta forma é pouco solúvel em água, mas se volatiza
quando aquecida, sendo fumada em cachimbos.
2.
O que a cocaína faz no Organismo ?
A cocaína interfere na ação de substâncias que
existem no nosso cérebro, os "neurotransmissores", como a dopamina e
a noradrenalina. A cocaína eleva a quantidade dessas substâncias, porque
ela inibe a recaptação pelo neurônio, aumentando a concentração desta
substância na fenda sináptica, isto é, no espaço entre os neurônios nos quais
se processa a neurotransmissão. Com isso, todas as funções que esses
neurotransmissores possuem ficam amplificadas e podem também aparecer
ações que não existem nas concentrações normais.
Com a ingestão da cocaína ocorre uma sensação de
euforia e prazer.
Ela produz aumento das atividades motoras e
intelectuais, perda da sensação de cansaço, falta de apetite, insônia.
Numa dose exagerada (overdose) aparecem sintomas de
irritabilidade, agressividade, delírios e alucinações. Pode ocorrer também
aumento de temperatura e da pressão arterial, taquicardia e degeneração dos
músculos esqueléticos. Este excesso pode levar até à morte, que ocorre por
convulsões, falência do coração
ou depressão do centro controlador da respiração.
Se a droga for usada pela via endovenosa ou respiratória
os efeitos são quase imediatos. Isto porque ela vai direto para o cérebro, sem
passar pelo fígado, onde é degradada. Isto provoca aumento da probabilidade de
overdose.
No caso da via endovenosa, além do risco de
overdose, há também o perigo de infecção através do uso de seringas
contaminadas, principalmente com o vírus da AIDS, da hepatite e de outras
doenças transmissíveis.
3.
Como a cocaína é eliminada do organismo ?
A cocaína é rapidamente metabolizada pelo fígado e
seus metabólitos inativos são detectáveis na urina.
4.
Tolerância e dependência à cocaína
Não há comprovado efeito de tolerância devido ao uso
crônico e não existe Síndrome de Abstinência característica, quando cessa a
ingestão. No entanto, o componente psicológico é muito forte e ocorre, na maioria das vezes, uma vontade
incontrolável de consumir a droga, que é a chamada "fissura".
fonte: http://www.unifesp.br/dpsicobio/drogas/coca.htm